No mundo da eletrônica e da IoT, dois chips sempre aparecem como favoritos: ambos vêm da Espressif Systems e são conhecidos por serem práticos, baratos e muito flexíveis. Eles acabaram facilitando a vida de quem quer criar projetos, desde automação na casa até pulseiras inteligentes.
O primeiro modelo, lançado lá em 2014, já chegou trazendo Wi-Fi de fábrica e preço baixo. Isso acabou com a necessidade de comprar módulos extras para conectar placas como o Arduino à internet. Depois, em 2016, veio a versão mais moderna, que trouxe processador mais parrudo, Bluetooth e mais recursos para quem precisa de projetos mais exigentes.
Você pode programar os dois direto no Arduino IDE, que já é bem conhecido da galera maker. O modelo antigo ainda resolve bem tarefas simples, enquanto o novo se destaca quando o assunto é segurança e economia de energia para projetos mais avançados.
Na hora de escolher, vale pensar na complexidade do seu projeto, quanto você quer gastar e o que realmente precisa que ele faça. Agora vou detalhar as diferenças, mostrar exemplos e explicar o que considerar para decidir sem dor de cabeça.
Esp8266 vs esp32: qual escolher
Se você está em dúvida entre eles, o segredo é entender até onde cada um vai. O ESP32, por exemplo, tem dois núcleos e pode ser até três vezes mais rápido que o modelo anterior, ótimo para tarefas ao mesmo tempo, tipo captar dados e comunicar tudo em tempo real.
A diferença mais marcante está no Bluetooth. Com ele, dá para montar redes mesh ou ligar sensores sem fio, o que abre um mundo de possibilidades, principalmente para quem quer automatizar fábricas ou criar dispositivos vestíveis.
Três pontos merecem atenção:
- Memória RAM: O ESP32 tem 520KB, bem mais que os 80KB do antecessor
- Sensores internos: temperatura e touch capacitivo só no modelo mais novo
- Consumo de energia: rodando a 240MHz, o novo chip consome cerca de 20% a mais que os 80MHz do antigo
Para projetos simples, tipo monitoramento ambiental ou controle remoto básico, o modelo antigo ainda faz bonito e custa menos. Mas se você precisa de segurança ou de processar várias coisas ao mesmo tempo, aí a versão nova é mais indicada.
A programação nos dois é bem parecida, então dá para começar com o mais barato e depois migrar para o avançado sem muito sofrimento, só fazendo algumas pequenas adaptações no código.
Diferenças Técnicas e Recursos
O que realmente muda entre eles está por dentro. O ESP32 tem um processador dual-core de 32 bits, então executa várias tarefas juntas, enquanto o antigo é single-core, embora também de 32 bits. O clock também mostra diferença: 240MHz contra 80MHz.
Quando a gente olha para os pinos de conexão (os GPIO), o ESP32 oferece 39, enquanto o outro tem 17. Isso permite conectar mais sensores e periféricos, sem precisar recorrer a truques para multiplicar portas.
- Wi-Fi: velocidade triplica, indo de 54Mbps para 150Mbps
- Bluetooth 4.2 e Ethernet: só no ESP32
- 4 interfaces SPI: comunicação serial mais rápida
O ESP32 também traz sensores de temperatura, detecção magnética (sensor Hall) e 10 áreas touch capacitivas que o antecessor não tem. Isso faz diferença para quem quer criar projetos interativos.
Na segurança, o ESP32 vem com criptografia AES-256 e algoritmos SHA-2. Sobre energia, rodar com clock mais baixo ajuda a economizar, então dá para regular conforme o que o projeto pedir.
Cenários e Aplicações em Projetos
Na prática, o modelo mais antigo é perfeito para projetos básicos: acender luz por Wi-Fi, ler temperatura ou automatizar irrigação sem gastar muito. Para a maioria das casas, ele resolve o problema com folga e o bolso agradece.
O ESP32 brilha quando o projeto é mais exigente. Segurança com vários sensores ao mesmo tempo, monitoramento por câmera sem fio ou sistemas de lojas inteligentes aproveitam bem o poder de processamento dele.
No mundo industrial, ele serve para:
- Controlar máquinas à distância usando Bluetooth e Wi-Fi
- Montar redes de sensores espalhados pela fábrica
- Coletar dados em tempo real com criptografia
Existem versões miniaturizadas, ideais para dispositivos médicos vestíveis, ou com tecnologia LoRa, que alcançam distâncias de até 4km nas cidades. Em projetos de robótica, o modelo simples serve bem para quem está começando, mas quem participa de competições e precisa de recursos como motores de passo e visão computacional vai preferir o ESP32.
Vantagens e Desvantagens de Cada Módulo
O segredo é equilibrar custo e desempenho. O ESP32, mais atual, é ótimo para projetos que exigem processamento pesado, como rodar algoritmos de inteligência artificial ou áudio. Ele ainda tem câmera e sensores touch, o que facilita para quem quer montar sistemas de segurança ou interfaces sensíveis ao toque.
Por outro lado, ele consome mais energia e geralmente custa uns 40% a mais. Apesar de ser compatível com Arduino IDE, às vezes você vai precisar de adaptadores para conectar certos periféricos. Recursos avançados como Bluetooth BLE e criptografia também acabam encarecendo o projeto.
Já o modelo mais simples continua muito útil para automação básica, como acender luzes ou ler sensores, mas não aguenta tarefas muito pesadas por conta da memória RAM limitada.
Para quem está começando na área, o modelo econômico é um ótimo ponto de partida, ainda mais com a quantidade de tutoriais em português nos fóruns. Se o projeto crescer, aí sim vale investir na versão mais completa, principalmente se for usar redes mesh ou precisar de interfaces de áudio.
Fonte: https://jornalbahia.com.br/
