O ex-presidente do Peru, Alejandro Toledo, foi condenado a 13 anos e quatro meses de prisão por lavagem de dinheiro. Essa já é a segunda sentença de Toledo, que antes disso já tinha sido julgado e condenado em outro processo ligado àquele grande escândalo de corrupção com a construtora Odebrecht, do Brasil.

Toledo, hoje com 79 anos, ocupou a presidência do Peru de 2001 a 2006. Segundo a Justiça peruana, ele usou cerca de 5,1 milhões de dólares em propina da Odebrecht para comprar imóveis de alto padrão. Os promotores dizem que ele e a esposa investiram esse dinheiro numa casa e num escritório em um bairro nobre de Lima, além de pagar as dívidas de outras duas propriedades. Para dar aquela camuflada no dinheiro, as investigações apontam que Toledo abriu uma empresa offshore na Costa Rica, justamente para esconder de onde vinham os recursos.

Para quem acompanha o noticiário, essa nova sentença veio depois de outra decisão, em outubro de 2024, que já tinha condenado Toledo a 20 anos e seis meses de prisão por receber até 35 milhões de dólares em propinas da Odebrecht. O detalhe aqui é que as penas dele vão ser cumpridas juntas, não uma depois da outra.

Atualmente, Toledo está preso numa instalação que fica dentro de uma base policial em Lima. E ele não está sozinho: outros ex-presidentes peruanos, como Ollanta Humala, Pedro Castillo e Martín Vizcarra, também estão por lá, todos com problemas na Justiça ligados à corrupção. A situação lembra um pouco aquelas séries sobre política, mas é a vida real mesmo.

Aliás, essa semana ainda teve novidade sobre outro ex-presidente: um tribunal superior decidiu soltar Martín Vizcarra, que agora vai esperar o julgamento em liberdade. Ele é acusado de ter recebido propina quando era governador, há mais de dez anos. Vizcarra chegou a ser preso no mês passado, antes do julgamento começar, e o Ministério Público está pedindo 15 anos de prisão para ele.

Toda essa história faz parte do escândalo maior conhecido como operação Lava Jato, que não ficou restrito ao Brasil e atingiu vários países da América Latina. No Peru, praticamente todos os presidentes do século 21 acabaram envolvidos de alguma forma. Pedro Pablo Kuczynski, outro ex-presidente e hoje com 86 anos, também enfrenta julgamento pelo suposto envolvimento nesse esquema, e os promotores querem uma pena de 35 anos para ele.

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